Prof. Doutor Augusto da Silva

Apresentação do tema e dos oradores pelo moderador Prof. Doutor Augusto da Silva – Presidente da Comissão Instaladora do Arquivo Histórico da Universidade de Évora.

Começo por felicitar o Senhor Reitor por neste 25º aniversário da “recriação” da Universidade de Évora, ter reservado um dia para evocarmos alguns daqueles que foram seus  protagonistas. Os Jesuítas Professores Lúcio Craveiro e António da Silva como representantes dos precursores; o Professor Veiga Simão como autor do Decreto-Lei 402/73 que criou o Instituto Universitário de Évora, agora Universidade; os Professores Ário Lobo Azevedo, Carlos Portas e Manuel Gomes Guerreiro membros da Comissão Instaladora do Instituto – a Universidade de Évora.

Desde o início, tem esta Universidade procurado integrar no seu património, legado cultural e histórico dos 200 anos da velha universidade henriquina (1559-1759)  e hoje, ao convidar para este painel os dois primeiros Directores do Instituto Superior Económico e Social  que, nos anos 60 restituiram os estudos superiores a Évora, de algum modo assume  que ele também faz parte da sua história.

Apresentada a razão da presença dos nossos convidados, julgo supérfluo fazer deles qualquer apresentação. Todos foram, ou são ainda, professores universitários com um curriculum científico e académico notável como é do conhecimento deste auditório. No entanto, como disse antes, hoje estão aqui como protagonistas da restauração dos estudos universitários em Évora. Eles nos irão contar como a partir de 1957 se desenhou em Évora um movimento, liderado por um grupo de eclesiásticos, com tal objectivo.

No início do ano (A Defesa 22.3.1957) lançava a interrogação: “Porque não agenciar junto do governo da Nação, a restituição da Universidade do Alentejo?” Em 1958 o Dr. António Gonçalves Rapazote apresentou no Conselho Municipal uma moção para que a Câmara Municipal diligenciasse junto do governo para que fosse restaurado o ensino universitário em Évora. O evento  teve eco na Assembleia Nacional e nalguns jornais de âmbito nacional.

Em 1959, aquando das comemorações do 4º centenário da universidade eborense, de novo se insiste na sua restauração, as elites intelectuais, religiosas, políticas e administrativas estão de acordo e, por isso, grande foi a sua desilusão quando, em fim de 1960, receberam do Prof. Francisco Leite Pinto, ministro da Educação Nacional, no tempo, a resposta de que “Uma  nova Universidade é ideia utópica. Nem uma só faculdade e incompleta  tida ou não pelo Estado”.

Em 1962, novos actores entram em cena, o Conde de Vil´Alva, Engenheiro Vasco Maria Eugénio de Almeida e os Jesuítas. Desta parceria iria surgir, em 1964, o Instituto de Estudos Superiores, mais tarde Instituto Superior Económico e Social (ISESE). Este Instituto foi argumento decisivo para, em 1973, ser concedido um Instituto Universitário a Évora (DL 402/73) com faculdade de conferir todos os graus universitários. No artº 9º, 4 dizia-se explicitamente que o Instituto Superior Económico e Social de Évora será associado ao respectivo Instituto Universitário.

Em 4 de Janeiro de 1974 foi  empossada a Comissão Instaladora  que logo iniciou os seus trabalhos, vencendo dificuldades e obstáculos.

De toda esta história nos irão falar os nossos convidados com saber de experiência feita.